Este é um dos "blogs" da Casa Comum das Tertúlias. Estão todos convidados a enviar textos ou notícias de actividades para o "blog". O nosso "blog" não pretende ser usado para difamar ninguém, nem para fomentar o boato. Para isso, há muitos outros que podem servir esses intentos. Em tempos de Censura, aqui estamos para exterminá-la e dar combate aos novos inquisidores.

terça-feira, dezembro 29, 2009

Assembleia Municipal de Castelo Branco de dia 28 de Dezembro de 2009

Decorreu ontem, 28 de Dezembro de 2009, agendada para as 9h 30m, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Castelo Branco, uma sessão ordinária da Assembleia Municipal de Castelo Branco.
Estivemos lá, utilizámos o período de tempo atribuído aos cidadaõs/público para colocar algumas questões e tomámos algumas notas, é sobre isso que nos iremos pronunciar aqui.

Dois momentos com o seu quê de hilariante:
1) a proposta vinda do Grupo Municipal do PSD para a criação dum prémio municipal de arquitectura... quando já existe um e está regulamentado!!!!
2) o deputado do BE, apesar de ter participado nas Jornadas de Estudo da Medicina da Beira Interior do ano passado, onde este tema já fora abordado, tendo sido reiterado este ano, defendeu a liderança da autarquia nas comemorações dos 500 anos de Amato Lusitano e a criação de uma comissão para organizar as comemoraçoes. A resposta do Presidente da Câmara não podia ser outra. A autarquia obviamente apoia e a Comissão estará a cargo de quem mais tem tratado do assunto, pelo que não haverá lugar a qualquer outra comissão. O proponente parece que nem sequer lê o jornal onde é cronista! Ler notícia.

Outra questão, a da actualização do site da Câmara Municipal, mais uma vez se fala da sua desactualização, problema recorrente, o Presidente diz que não é de dificil solução nem é transcendente, no entanto... fica tudo na mesma até ver! Problema de dinheiro não é, já que todos reconhecem a saúde financeira da autarquia. Falta de recursos humanos? Nos tempos que correm... Castelo Branco continua à margem! Enfim!

Com uma oposição assim...

Sobre os temas por nós tratados:

a) Em 1998 apresentei uma proposta de homenagem a Aristides de Sousa Mendes à AMCB, a mesma foi aprovada por unanimidade, passaram 11 anos e ainda não foi concretizada, refiro-me à proposta de edificação dum estátua ou a atribuição do seu nome a uma avenida da cidade de Castelo Branco. Este português, é um dos heróis do Holocausto, da Segunda Guerra Mundial, pelos milhares de pessoas que salvou. Aceite por UNANIMIDADE que foi a proposta de que se está à espera para executá-la?

· b) Hoje será discutido o MFTPJ neste plenário, ainda que indirectamente, ou seja a propósito da proposta de adesão do nosso município à SAMFTPJ. Já vai sendo hora deste nosso museu ser discutido nesta casa. Mais do que aderir à sua sociedade de amigos gostaria de ver este conjunto de cidadãos eleitos preocupados com a situação deste Museu centenário, da constante diminuição número de funcionários, da crónica falta de recursos financeiros. Mesmo não sendo um museu municipal, o que não defendemos que venha a ser (referimos isto porque está em cima da mesa a sua municipalização, é o mais importante museu situado na nossa cidade e concelho e os eleitos locais não podem ficar à margens das carências do mesmo.

· c) Sobre o Centro de Interpretação da Zona Histórica de Castelo Branco que deverá funcionar no antigo edifício dos CTT, em frente à Sé, pretendemos saber como em que moldes irá funcionar, com que recursos humanos e financeiros e qual o papel lhe está destinado? Soubemos que há funcionários da autarquia já trabalhar no mesmo local! Perguntamos com que enquadramento?

Levávamos outros temas mas era impossível falar de todos, aqui os deixámos:

i) Sobre a Avenida de Nuno Álvares pretendemos saber o que está projectado para esta Avenida. O corte de árvores neste pulmão albicastrense, nesta Avenida vai seguir o exemplo da zona Castelo, do Miradouro de S. Gens, do Largo de S. João e tantos outros?

ii) Uma questão recorrentemente tratada nas sessões da AMCB é o tema da falta de condições de trabalho para a mesma se realizar, pois bem, o deputado do BE levantou a questão, defendeu uma comissão de trabalho para tratar da questão, todos se queixam, executivo, deputados municipais, jornalistas e cidadãos... resultado? Todos defendem uma mudança mas não concordam com a criação duma comissão para resolver o problema... e ficou tudo na mesma!
A nossa opinião, uma vez mais reiterada e defendida por escrito também na blogosfera é que se deveria utilizar um equipamento municipal, central, sem custos para a AMCB porque é da autarquia, com todas as condições para dignamente se reunir a Assembleia Municipal, ganhando-se, desde já, tempo para discutir outros problemas mais urgentes do concelho. A que nos referimos? Ao Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco. Quem for contra que prove que não é o melhor local!

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sexta-feira, julho 11, 2008

Museus é que está a dar! (I)

Ponto prévio, ontem pela tarde exercemos a cidadania da maneira possível (vários tertulianos e outros amigos o comprovarão), hoje, já com acesso à "artilharia pesada", como quem diz, "blogosfera", tomamos uma posição.

Antes de mais a reportagem e em especial a citação que merece o nosso vivo repúdio:

"Todo o espólio encontrado vai agora ser inventariado e guardado no Museu do Canteiro, em Alcains. Mas dada a quantidade de material descoberto há quem defenda a criação de um pólo museológico do castelo."

(João Carrega, "Reconquista", 10/07/2008)


Mais um...
Os coelhos não se livram duma certa fama, na verdade, se não se cuidam arriscam-se a ser ultrapassados pela chuva de propostas museológicas para a Beira Baixa!
Museu do Brinquedo, da Seda, da Latoaria, da Resina...
Já lá iremos...


Antes damos voz ao António Veríssimo, com cujas palavras concordamos:
"Como albicastrense e antigo trabalhador do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, ao ler esta parte do artigo, fiquei com os poucos cabelos que ainda tenho na cabeça em tumulto. Porque raio se levanta a hipótese do espólio encontrado no castelo da nossa cidade, ir parar ao Museu do Canteiro de Alcains e não ao Museu Albicastrense!?Quero acreditar que tudo não passa de um mal entendido… pois como antigo trabalhador do museu, fui testemunha de várias colaborações, entre os actuais responsáveis da nossa autarquia e o museu albicastrense.O destino deste espólio, terá que passar sempre por Castelo Branco, a saída deste espólio da nossa cidade seria considerada pelos albicastrenses como “um insulto e uma traição, à nossa cidade e aos albicastrenses assim como às suas instituições”.Meus senhores, decorrem até 2010 as comemorações relativas ao centenário do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, 100 anos de um percurso muito difícil e cheio de espinhos.
Cem anos: Em que a arqueológica começou por ser a sua espinha dorsal, porém com o passar dos tempos tornou-se exigente e especializou-se em etnografia e pintura, na década de 70 adquiriu notoriedade na área do bordado de Castelo Branco. Cem anos: Em que andou tipo cavaleiro andante, com a tralha às costas por vários lugares. Germinou e foi baptizado na Capela do Convento de Santo António, transferiu-se para o edifício da Antiga Escola Normal Primaria, onde ganhou formação escolar, transferiu-se de novo para o convento de Santo António onde prossegue a sua formação religiosa, transfere-se para o edifício do actual Conservatório Regional onde adquire formação musical, transferiu-se para o edifício do Governo Civil, onde ganha formação politica, por fim pega na trouxa e assenta definitivamente residência no antigo Paço Episcopal, onde aprende a arte do bordado de Castelo Branco.
A ida deste espólio, (seja ele qual for) para fora da nossa cidade, seria mais uma machadada no fundador do museu albicastrense, que na sua cova perguntará: “que mal fiz eu a esta gente para ser tratado desta maneira”."

(António Veríssimo, blog "Castelo Branco - O ALBICASTRENSE", http://castelobrancocidade.blogspot.com/, 10/07/2008)


Sou Albicastrense (alguns dos que estão a maltratar a história nossa cidade NÃO), sou Licenciado em História (alguns dos que escondem, manipulam e vendem o nosso Património, possuem o 9º ou 12º, quando muito, um deles perguntou-nos se pensávamos que era analfabeto... se tem o 9.º ano, não é!), sou o sócio n.º 208 da SAMFTPJ (ser amigo dum museu significa querer-lhe bem, querer que tenha mais e melhores recursos humanos e financeiros, melhor oferta e consequentemente mais visitantes), sou membro do Grupo de Trabalho Para a Carta Patrimonial da Beira Baixa / Rede Cultural (conjunto de pessoas que se reúnem mensalmente e que só querem saber do Património duas ou três horas por mês? Não queremos acreditar nisso!), criado no âmbito da SAMFTPJ, fundei em 5 de Outubro de 2001 a Casa Comum das Tertúlias, plataforma e formato de intervenção para lutar pela Cultura e pela Cidadania, de quem não se resigna à Prostituição Cultural e a uma Cidadania Calculista!

Vamos aos factos, sobre a reportagem do semanário "Reconquista" e em concreto ao "aventar" de mais uma proposta museológica.
Comecemos pelas perguntas que importa fazer:
Ao jornalista e Dr. João Carrega preguntamos quem é que defende um pólo museológico do castelo? Se não é Segredo de Estado queremos saber quem o defende... ou terá pedido anonimato?
O espólio seria das escavações arqueológicas a cargo da Novarqueologia, para a CMCB?
Ora bem, havendo um Museu do Estado, o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior que o acervo mais importantes é a sua colecção de Arqueologia, porque levar o espólio para o Museu do Canteiro (CANTEIRO) de Alcains? E para quê criar um novo?
Insere-se esta lógica no esvaziamento no MFTPJ... a caminho da municipalização? (com menos dinheiro, com menos funcionários, em vias de perder a escola de bordados de Castelo Branco para o Pólo Cargaleiro, chegou a vez do "desvio" dos materiais arqueológicos )
Estaria tudo muito bem se os nossos museus tivessem recursos financeiros e humanos para poderem cumprir a sua função, o que manifestamente não é o caso! Basta ler (e ouvir) as intervenções de vários actuais directores e ex-directores, não só do MFTPJ, sobre a questão dos recursos.
Perguntamos pois, se aos museus que existem não lhes são dados os recursos mínimos para cumprir a sua missão, para quê criar museus novos? Com que dinheiro? Com quantos funcionários? Quais as suas qualificações (primeiro ocupam as vagas e depois vão tirar os cursos...) dos mesmos?
Defendi noutro espaço, em Maio de 2007, que as iniciativas do tipo "noite no museu", se multiplicassem, uma vez por semana já seria positivo ou uma vez por mês. Neste cenário de incúria pelos museus existentes e de verdadeiro delírio na quantidade de propostas de vários outros, tal é no mínimo utópico e no entanto possível, se se inverter a tendência.
No próximo "post" voltaremos ao assunto.

Nem de propósito, o Museu Académico de Castelo Branco quando reabre?

A quem quer tornar o MFTPJ descartável, dizemos: NÃO!
A SAMFTPJ que coloque os "jogos de cintura" de lado e se manifeste!

A bem de Castelo Branco,
Luís Norberto Lourenço

Mais:
http://www.reconquista.pt/noticia.asp?idEdicao=135&id=7522&idSeccao=1287&Action=noticia

Ainda sobre o tema:
http://porterrasdoreiwamba.blogspot.com/2008_07_01_archive.html

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