Este é um dos "blogs" da Casa Comum das Tertúlias. Estão todos convidados a enviar textos ou notícias de actividades para o "blog". O nosso "blog" não pretende ser usado para difamar ninguém, nem para fomentar o boato. Para isso, há muitos outros que podem servir esses intentos. Em tempos de Censura, aqui estamos para exterminá-la e dar combate aos novos inquisidores.

sábado, março 28, 2009

O Rapaz do Pijama às Riscas, de John Boyne

 

BOYNE, John (Dublin, 1971-    )
O Rapaz do Pijama às Riscas /John Boyne; trad. do inlgês de Cecília Faria e Olívia Santos; coorden. e revisão da trad. de Ana Maria Chaves.- 3.ª ed.- Alfragide: Edições Asa, 2009.- 176 p. (Romance jovem); ISBN: 978-972-41-5357-5. [Título original: "The Boy In the Striped Pajamas" (2006)]. A primeira edição portuguesa é de Novembro de 2007.
 
A obra é um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Não foi por essa razão que o escolhemos, foi pelo tema, melhor, pela abordagem um pouco diferente à temática do Holocausto, da Solução Final.

Da sinopse: "Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…"

Bem diferente de outro que aqui referimos por esta altura do ano, em 2oo7: 
"Os carrascos voluntários de Hitler: o povo alemão e o holocausto",
ver: http://republicalaica.blogspot.com/2007_02_01_archive.html

O livro de John Boyne é um belo romance, tratando com a suavidade possível um tema que muitos dizem "intratável".
A obra de Daniel Jonah Goldhagen é um vasto ensaio, com imagens que retratam todo o terror nazi e descrições duma clareza brutal. Como acaba psicologicamente um alemão depois de ler este livro!?
Tudo o que não existe nesta obra de Boyne... o reino da inocência.
O terror insinua-se, sem ser duma forma aberta e explícita.

Ainda não vimos o filme baseado no livro, realizado por Mark Herman em 2006.
Ficámos com vontade.

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domingo, março 22, 2009

Largo de S.João em Castelo Branco e os "restos" arqueológicos

O que restou...







No parque de estacionamento do Largo de S. João, em Castelo Branco, inaugurado no passado dia 20 de Março de 2009, dia da Cidade de Castelo Branco.
Quanto ao que se pode ver nas imagens, do que se prometeu ainda falta qualquer "coisita"... Não? Esqueceram-se?


http://porterrasdoreiwamba.blogspot.com/2008_04_01_archive.html:

A cidade escondida

A identificação de uma estrutura no subsolo do Largo de S. João, elemento do tecido urbano histórico de Castelo Branco, não pode constituir uma surpresa para ninguém. A materialidade contemporânea da nossa cidade inscreve-se num enraizamento temporalmente profundo, resultado de continuadas e sucessivas transformações, alargamentos e alterações do seu primevo modelado, das suas topografias domésticas, do seu locus genético, das suas expansivas ou regressivas fronteiras. A cidade, memória longa, é feita de muitas imagens e matérias conjugando-se e afirmando-se numa pluralidade estratigráfica variável. Conjunto em equilíbrio e em negociação constante, os múltiplos lugares de memória de uma cidade ocultam-se, envelhecem, esquecem-se.

. O Largo de S. João foi, durante séculos, um dos espaços situados fora das muralhas medievais de sociabilidade mais intensa e sentida. Aí convergia o caminho que conduzia a uma das entradas da então vila para quem vinha do norte e se situava um conjunto de equipamentos determinantes para o fruir do quotidiano económico, social e vivencial da comunidade. O Largo de S. João foi um palco privilegiado de conjugação das componentes do sagrado e do profano que ritmavam o calendário dos gestos das gentes. Sítio de angústias e de esperanças, de crenças e de folias, de ódios e de iconoclastias temporais e espirituais, de ligação entre os domínios públicos e os privados, em S. João localizavam-se, por exemplo, e entre outros, o açougue da Câmara até ao século XIX ou as primeiras sedes do Centro Artístico Albicastrense e do Grémio dos Artistas.

A memória religiosa histórica do largo é ainda hoje afirmada pela presença de um magnífico cruzeiro gótico, monumento nacional desde 1910. A sua qualidade artística continua a causar «estranheza» para alguns, como se a interioridade geográfica fosse, então, traduzida por atraso estilístico. «Estranhezas» de outra natureza haveriam, em 1912, de destruir a humilde capela mandada edificar, em 1715, por iniciativa de D. João de Mendonça, sobrepondo-se a outra que aí existia desde o século de quinhentos. Mas datava já de 1835 a intenção, por parte do poder municipal, de desmantelar o pequeno templo. A dessacralização do largo cumpriu-se, o templo desapareceu e o cruzeiro patrimonializou-se. A fotografia ajudou a construir a memória e a nostalgia. As festas populares perderam o patrono santo, e passaram a ser intituladas “Festas da cidade”. O projecto de 1835 queria estabelecer no local um necessário mercado diário, e em 1912 a ideia foi fazer no largo um jardim, um novo espaço de fruição cívica na cidade. Já na década de oitenta do século XX o largo foi adaptado a parque de estacionamento salvaguardando-se, nestas alterações, os curtos domínios da área do monumento.

Ao abrigo de um projecto de que visa melhorar a qualidade de vida dos habitantes do bairro, o subsolo do Largo foi revolvido e esventrado, para aí ser construído um parque de estacionamento subterrâneo. O Largo de S. João é um «lugar de memória», para utilizarmos uma classificação cara a Pierre Nora, dos mais significativos da cidade. Ora, qualquer lugar de memória assume sempre uma dimensão material e identificável, uma dimensão funcional e uma saliente dimensão simbólica ao reunir passado-presente e futuro. È o caso do Largo de S. João avivado com a “descoberta” desta estrutura associada à circulação hídrica domesticada. Com efeito, nesta área da cidade identificam-se algumas das componentes arquitectónicas mais antigas e originais do que foi a História da utilização e da gestão dos aquíferos locais. Com a construção de poços, de aquedutos, de minas e de sistemas de circulação e de distribuição minimizavam-se as agudas realidades provocadas pelos regimes pluviométrico desta região do interior peninsular caracterizado, quantas vezes, por anos de grande seca. A escassez de água constituiu um problema estrutural da cidade, determinante da sua evolução e crescimento em vários períodos da sua História.

Em S. João há constância documental da existência de vários poços, como um que era propriedade da Mitra, datado de 1772. Perto, situava-se o Poço do Concelho, utilizado até bem entrado o século XX. Os potentes dentes da retro escavadora deverão ter destruído parte da abóbada de uma mina construída em alvenaria e em falsa cúpula, possivelmente datada da segunda metade do século XVIII, deste complexo sistema que percorre o subsolo da cidade. Talvez seja a esta mina que uma escritura datada de 3 de Julho de 1820, publicada pela investigadora Adelaide Salvado, faz referência. Na ocasião, o último Bispo de Castelo Branco avisa uns cidadãos que queriam construir uma casa no Largo de S. João “arrimada” ao muro da quinta do Paço Episcopal que: «E porque a mina que conduz agoa do Poço ao Arco (...) terá este e seus herdeiros obrigados a construir a franquia de qualquer reparo ou concerto ou exame que pelo tempo adiante se faça necessário na dita mina ou aqueducto(...)».

A estrutura de interessa arqueológico, a dois metros de profundidade, agora colocada à vista coloca-nos um alargado conjunto de interrogações. Como é que foi possível a destruição de parte da mesma pelas potentes máquinas ao serviço da empreitada municipal? Ao que sabemos, a aérea tinha sido objecto de pouco profundas escavações arqueológicas, não se tendo encontrada nada de significativo. Da capela setecentista, nem um simples caco ou pedra. Estaremos perante uma curiosa e radical realidade histórica: o apagamento total de todas as matérias que formavam o primitivo monumento cristão? E já agora, quem é que atribui o grau de significância ou de insignificância às realidades arqueológicas entretanto detectadas? É que, neste caso, havia documentação de todo o tipo que poderia ter possibilitado uma outra abordagem ao plano de investigação arqueológica do sítio. Relembremos, apenas, a medição dos bens do concelho de 1818, transcrita no magnífico álbum auto-intitulado de histórico “O Programa Polis em Castelo Branco”, editado em 2003. Aliás, o projecto da transformação do subsolo em parque de estacionamento subterrâneo vem aí anunciado e desenhado.

Tal como a máquina não é o seu instrumento, a arqueologia urbana não descobre coisas. Ela sim, prevê, questiona, conjuga saberes e tempos, evita situações gravosas para o património cultural colectivo, defende e ilumina identidades. Foi gratificante constatar que o ‘achado’ provocou o interesse dos albicastrenses sobre quais serão ainda os ‘segredos’ que o subsolo da cidade ainda guardará. E esta desocultação do património arquitectónico tradicional que esperemos que seja devidamente estudado e musealizado, também fez ressurgir as nossas íntimas e sentidas recordações de infância. Regressaram à memória os tempos dos dias claros de ares lavados que cheiravam a laranjeiras e a alecrim, as brincadeiras nas ruas e nos largos, as histórias de misteriosos subterrâneos, contadas pelas nossas avós que nos faziam vibrar e nos envolviam no sonho e na aventura. Esta terá sido talvez a grande descoberta-lição do Largo de S. João: a recordação do nosso imaginário colectivo.

Escreve Francisco José Viegas: «Não há nada mais frágil para a vida de uma cidade, de qualquer cidade que o confronto com o seu passado. Quando uma cidade sobrevive porque é necessário conservá-la, custe o que custar, é porque se perdeu parte importante da sua memória (…).» Em 1912, a destruição da capela foi considerada como «um melhoramento que beneficiará a cidade, aformoseando-se um dos seus melhores largos».

Apesar de pouco formoso, a “mina-aqueduto” pode conviver com o necessário parque de estacionamento? Pode sim. Afinal quantos é que existem visíveis na progressiva cidade contemporânea?

Pedro Miguel Salvado


Parte do contributo da blogosfera:
http://www.gazetadointerior.pt/seccoes/index.asp?idn=6879
José Afonso, arquitecto e responsável pela delegação em Castelo Branco da Direcção Regional do Centro do Ministério da Cultura, já propôs à Câmara que o achado possa ser museolizado. "É o exemplo de uma estrutura hidráulica subterrânea antiga da cidade e facilmente se integra na obra que está a ser construído (parque de estacionamento subterrâneo) sem causar grandes problemas".
http://niveldebolha.blogspot.com/2008/06/destruio-de-patrimnio-em-castelo-branco.html#links
http://casacomumdastertulias.blogspot.com/2008/03/largo-de-sjoo-ontem-e-hoje.html
http://casacomumdastertulias.blogspot.com/2008/06/largo-de-s-joo-o-fim-quase.html
http://castelobrancocidade.blogspot.com/2008/04/tnel-no-largo-de-s-joo.html
http://www.reconquista.pt/noticia.asp?idEdicao=123&id=6032&idSeccao=1153&Action=noticia
http://www.oa-castelobranco.org/conteudos/files/Reconquista%20-%2015-01-09%20-%20Largo%20de%20S.%20Jo__o.pdf
http://porterrasdoreiwamba.blogspot.com/2008/04/castelo-branco-largo-de-s-joo-grandes.html
http://www.reconquista.pt/noticia.asp?idEdicao=132&id=7251&idSeccao=1255&Action=noticia
"A galeria de transporte de água descoberta no Largo de S. João, não apresenta grande singularidade. A opinião é partilhada pelo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), que concordou com o avanço das obras do parque e com as medidas propostas pela autarquia para salvaguardar a memória daquelas condutas de água do século XIX. (...) As medidas a adoptar pretendem preservar a memória daquele espaço. “Foi e está a ser feito todo o acompanhamento arqueológico dos trabalhos da galeria subterrânea. No parque de estacionamento vão ficar visíveis dois cortes da galeria, um na secção sul e outro a norte do parque. Além disso, iremos colocar na nova praça pedonal um painel interpretativo com fotografias, desenhos e informação histórica sobre o funcionamento da galeria”, assegura Joaquim Morão, presidente da autarquia, que sublinha a realização de um filme de toda a galeria (já efectuado), o qual irá ser depois projectado no centro de interpretação ambiental da cidade"

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quarta-feira, março 11, 2009

Concursos e Albigecos (I)



De bolra, publicitamos aqui mais um importante concurso para a Albigec!

Será que este é mais um daqueles que parecendo ser uma coisa é outra?

Será que a Albigec (quer dizer a CMCB) quer mesmo contratar um vigilante?

Encomendada a Pantera Laranja albicastrense e contratado o popular clã populista,
faltam os vermelhos e os irredutíveis adeptos da loiça...

Para quem?

Será mais um a ser anulado?

Vamos todos cantando e rindo apresentar a nossa candidatura!

Albigecos unidos, jamais serão vencidos!

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