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quarta-feira, abril 04, 2007

"A sombra do templário": um romance (partilhas dum leitor)*


"A sombra do templário", livro (é um romance passado na Idade Média) de Núria Masot, tradução de Magda Bigotte de Figueiredo, edição da Sicidea, Colecção "Enigmas da História", de 2007 (primeira edição em português é de 2005 das Publicações Dom Quixote). O ISBN: 978-84-611-4998-8.

Confesso que não sou um apaixonado pelo tema "Templários", ao contrário do meu grande amigo Jaime que lê quase tudo o que sai sobre o tema. O livro, na verdade, nem fui eu que o escolhi, foi-me oferecido, em boa hora, verdade seja dita! Felizmente que me oferecem bastantes, apesar de ser um consumidor compulsivo, o que tanto preocupa algumas almas que me são próximas, devido ao dinheiro, ao espaço…).
Era mais um livro que iria para a estante, à espera, como tantos outros, que me interessasse por ele.
E não é que um acaso…
Resolvi, num dos encontros (sempre a pretexto dum "cefézinho") com esse meu grande amigo, levar-lhe o livro, poderia não conhecê-lo e querer lê-lo.
Pois, vai ter que esperar pela sua vez!
Bem, enquanto esperava por ele e por outro amigo, o António, comecei por folheá-lo e lê-lo e… a interessar-me. Ao fim e ao cabo, sendo um romance que tendo a história (sou licenciado em História) como pano de fundo e tendo em conta alguns dos dados da narrativa, comecei por me interessar em confrontar o que lia no romance com a História, lembrando factos que tinha aprendido com outros que desconhecia.
Queria, pelo menos, ter a certeza da parte da obra que era história e não romance.
Um a um, fui confirmando a veracidade histórica e… quero realçar este aspecto, permitiu-me compreender alguns acontecimentos que nunca compreendera muito bem, os quais, por qualquer razão, na altura em que me assaltaram determinadas dúvidas não tinha investigado.
A reter da História (PORQUE SÃO FACTOS E FIGURAS HISTÓRICAS E NÃO A PARTE ROMANCEADA): os Templários; o Grão-mestre da Ordem do Templo, Thomas de Berard (1256-1273); o XII Concílio de Latrão (1215); Jaime I, O Conquistador, Rei da Catalunha e de Aragão (1208-1276); Carlos I de Anjou (1227-1285), Rei de Nápoles e da Sicília (1266-1285); irmão mais novo de Luís IX (São Luís), Rei de França (1214-1270, reinou entre 1226-1270); o Papa Inocêncio III (1160-1216), criador da Inquisição (a primeira, a Inquisição Medieval) e instigador da IV Cruzada (1204); as disputas entre Génova e Veneza, entre o Sacro-Império Romano-Germânico e o Papado, a espionagem como arma, a intolerância e a tolerância, a inveja de que a Ordem do Templo foi vítima…
Jaime I protegeu os judeus da Catalunha, impedindo que fossem perseguidos devido à sua religião, pelo contrário, o Papa Inocêncio III condena qualquer tipo de relacionamento entre os cristãos católicos e os judeus e os muçulmanos, passando estes a ser obrigados a ostentar na roupa um símbolo visível que os identificasse, para vigiar as "misturas". Sim, a tolerância, a discriminação... também são abordadas no livro.
É sobretudo na Catalunha, mais concretamente em Barcelona, que se passa grande parte da acção.

A ler… mesmo para quem não é muito dado ao tema "Templários", nem a códigos, relíquias, cruzadas…

*Luís Norberto Lourenço