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quarta-feira, junho 29, 2005

Da Discriminação e da Segregação: A Escola segrega/discrimina?


discriminação s. f. acto ou efeito de discriminar; distinção; separação; destrinça; discernimento; acção de isolar ou tratar diferentemente certos indivíduos ou um grupo em relação a outros; ~ racial atitude de segregação face a uma raça ou etnia, apartheid; ~ social sexismo, atitude de exclusão de determinados indivíduos ou grupos baseada em critérios como o nível sócio-económico, a educação, etc. (Do lat. discriminatiõne-, «id.»)

segregação s. f. acto ou efeito de segregar; separação; isolamento; secreção; separação dos componentes de uma mistura, ficando os mais finos à superfície; BIOLOGIA lei da ~ lei da disjunção; BIOLOGIA teoria da ~ explicação do transformismo que admite que, quando alguns indivíduos de uma espécie emigram e se separam dos restantes, dão origem a outras espécies; POLÍTICA ~ racial atitude ou política que se traduz em tratamentos diferenciais impostos aos indivíduos que pertencem a populações de origem diferentes num mesmo país (Do lat. segregatiõne-, «id.»)

in Dicionário de Língua Portuguesa, J. Almeida Costa e A. Sampaio e Melo, 8.ª edição revista e actualizada, Porto: Porto Editora, 1999 (Dicionários Porto Editora)

Discriminação racial, religiosa, política: separação ilegal dos súbditos de uma nação, baseando-se na diferença de raça, de cor, de religião ou de princípios políticos.

in Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, Francisco da Silveira Bueno, S.Paulo: Editora Lisa, 1988 (Volume IX, A-Z, Actualização)

Segregação – s. f. Separação, afastamento, isolamento, distinção entre uma classe e outra, entre indivíduos de uma raça e de outra. Lat. segregatio, onis.

in Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, Francisco da Silveira Bueno, S.Paulo: Editora Lisa, 1988 (Volume VII, Q-S)
Fui confrontado com um comentário, em tom de desabafo, a propósito da possível reprovação dum aluno, quando, à luz de todos os critérios emanados (e respeitando a Lei em vigor) do respectivo Conselho Pedagógico da escola onde lecciono, este nunca poderia transitar de ano... mas transitou, à luz de outros critérios, não previstos, em que 7 docentes contra 5 acharam por bem que um aluno com 7 níveis inferiores a 3, com ASSIDUIDADE fraca, com inúmeras faltas de material, com faltas disciplinares, com faltas sistemáticas a aulas de Apoio Pedagógico Acrecido, com permanente recusa em trabalhar nas aulas, não tendo uma IDADE tão elevada que o levasse a passar, muito menos EMPENHO ou bom COMPORTAMENTO, passou devido à situação social, familiar e a uma deficiência "dita" leve, que para muitos casos, como o sete aluno, mais não é do que perguiça. É o irmão mais novo (que vive na mesma casa e que por acaso tem um excelente comportamento, elevada assiduidade, empenho nas aulas e participação), quase metade do tamanho dele, que lhe leva a mochila todos os dias para casa (ou seja leva as duas: a dele e a do irmão!).
É caso para perguntar: Para que servem as reuniões de avaliação?
Se é para passarem todos, para quê fazer testes, para quê dar notas? Atribui-se nível 3 a todos, não sendo necessário estarmos a fazer médias disto e daquilo.
Vivemos num sistema educativo em que são justamente premiados os bons alunos e os maus (quantos piores melhor), os outros, os medianos, apesar de se esforçarem e de se comportarem bem, se não atingirem os níveis positivos suficientes reprovam!
Se há segregação na escola é dos alunos que apesar de trabalharem e de se comportarem bem, quando não conseguem o aproveitamento exigido reprovam, o que só é injusto quando os maus alunos (cadastrados alguns) passam.
Segregação/discriminação é outra coisa!
Será discriminar, dar a oportunidade a um aluno de beneficiar de todas as medidas pedagógicas (adaptadas ao seu desenvolvimento) que podem ajudá-lo, tais como: a Tutoria, as aulas de Apoio Pedagógico Acrescido (APA), a realização de tesrtes adaptados? Depois, não as aproveitando este, temos de aprová-lo ou então estariamos a discriminá-lo!?
Será segregar um aluno (noutro caso), a quem se deu as mesmas oportunidades, não as aproveitando este, mantê-las, porque este se pode sentir segregado em relação aos colegas? Porventura, se não tivesse beneficiado de tais medidas, acusava-se a escola e os professores de nada terem feito por elel!?
A coerência, a coerência...
Aqueles, para quem a História é chata e a Política não interessa, se percebessem alguma coisa disso, talvez não dissessem alarvidades.
Estudem a origem e a história das duas palavras... E depois, opinem...
Luís Norberto Lourenço
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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostaria apenas de desabafar que, na minha escola somos separados por notas, ou seja, os alunos que possuem notas mais baixas ficam em um prédio e os que dão marketing de ''mais aprovados no vestibular'' ficam em outro. Confesso que sinto-me mal por não conseguir acompanhar esse sistema falho de educação, pois sim, faço parte dos alunos que ficam no prédio dos loosers!

12:37 da tarde

 

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