Este é um dos "blogs" da Casa Comum das Tertúlias. Estão todos convidados a enviar textos ou notícias de actividades para o "blog". O nosso "blog" não pretende ser usado para difamar ninguém, nem para fomentar o boato. Para isso, há muitos outros que podem servir esses intentos. Em tempos de Censura, aqui estamos para exterminá-la e dar combate aos novos inquisidores.

quarta-feira, julho 02, 2008

Não apaguem a nossa História!

Saiu na edição de ontem do jornal "Gazeta do Interior" mais uma notícia pretendendo branquear a história albicastrense:
http://www.gazetadointerior.pt/seccoes/index.asp?ide=316&idsec=20

Entre outras questões, as escavações no Castelo de Castelo Branco, em 2000, estiveram a cargo do Mestre Pedro Miguel Salvado e da Licenciada Sílvia Moreira. Terá sido esquecimento o apagamento de um dos arqueólogos.
Outra questão a solução encontrada para o Largo de S. João. Lá iremos...

Mas eis que há outra versão:
http://www.ensino.eu/2000/jun2000/destaque.html  

ESCAVAÇÕES NO CASTELO DE CASTELO BRANCO

Aqui há balas de canhão

A construção de um novo depósito de águia na cidade de Castelo Branco foi motivo da descoberta de objectos antigos, como cerâmica, ossos e vidros, de onde se partiu para um estudo arqueológico mais aprofundado, através do qual já forma encontradas 17 balas de canhão, em ferro, e outros objectos metálicos.
Os trabalhos arqueológicos, que já atrasaram as obras em cerca de um mês e meio, começaram no final de Maio e agora estão a ser tiradas as primeiras conclusões. O terreno foi escavado até ao substrato rochoso e procedeu-se à quadriculagem do terreno, ou seja, à divisão do terreno em quadrículas de dois metros quadrados, num total de 12 metros por quatro.
À medida que a escavação decorreu foram aparecendo outros objectos, como um anel de criança em vidro, vários objectos metálicos e várias balas de canhão, quase todas na mesma quadrícula, bem como cavilhas e pregos em ferro. Encontraram-se ainda pedras em granito, talhadas, o que indicia a antiga muralha, dado que a zona é de xisto.
Pelo entulho encontrado, Pedro Salvado, professor da Escola Superior de Artes, e Sílvia Moreira, arqueóloga, que dirigem os trabalhos, consideram que o local já tinha sido remexido aquando da colocação as manilhas do esgoto. Mas só agora se notou uma preocupação com o achado, que colocou a descoberto alguma cerâmica do século XVIII.
Daí que, para Pedro Salvado, “esta é a primeira vez em que se nota uma atitude firme por parte da autarquia na defesa dos valores histórico-patrimoniais. Houve um aumento da sensibilidade da Câmara para este facto, um facto registado num espaço onde nasceu a comunidade albicastrense”.
OCULTO. Aquele docente considera ainda que “muitos albicastrenses desconhecem que a actual silhueta castelã resultou apenas de um incrível pastiche arquitectónico concebido nos anos 40 pelos monumentos nacionais”. Por isso, afirma: “Não estou muito longe da verdade ao afirmar que o verdadeiro castelo de Castelo Branco ainda se encontra oculto”.
Para isso, será necessário que os trabalhos arqueológicos continuem. Pelo menos é o que se poderá dizer quando se afirma que “arqueologicamente falando, a ocupação humana no morro genético de Castelo Branco remontará à idade do bronze (século X A.C.), constituindo a altitude um grande valor estratégico. Infelizmente, ainda não há estruturas datadas desse período”.
Até agora, as certezas remontam apenas à presença romana. “Mas também para este período há um total desconhecimento actual quanto à existência de estruturas”. Mais fácil será seguir a história do castelo a partir da época medieval, pois existem outras fontes documentais. Mas ainda se impõe perguntar: Se documental-mente se sabe que o castelo foi uma fundação templária, onde estão essas primitivas fundações?”.
Enquanto a pergunta permanece sem resposta, vai sendo avaliado o trabalho realizado na presente escavação. Para já tudo aponta para que se trate de “uma estrutura defensiva onde se encontraram 17 balas de canhão, o que não é muito comum. Pode ser um sector da antiga estrutura acastelada datável do último grande impacto bélico que o castelo de Castelo Branco sofreu no século XVIII”.
As peças encontradas seguirão agora para o Museu, embora um dos alunos da Escola de Artes que tem auxiliado na escavação (onde a colaboração dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados foi importante) defenda a realização de uma exposição no Hotel Colina do Castelo.
A avançar essa ideia, a exposição poderá ser mais alargada, pois, a intervenção agora realizada “é uma compensação arqueológica a uma obra de construção civil e entrou também em contacto com o complexo do cemitério do Adro da Igreja de Santa Maria, escavado na década de 80 pelo Dr. João Ribeiro. Uma pessoa a quem se deve, dentro da história do nosso castelo, o retomar do interesse e a preservação e estudo das nossas origens”. Falta agora saber se esse interesse vai ser retomado de novo.

E outra...
http://casacomumdastertulias.blogspot.com/2007_10_01_archive.html e
http://porterrasdoreiwamba.blogspot.com/2007_09_01_archive.html:
Sobre os "ESTUDOS DE CASTELO BRANCO", NOVA SÉRIE, Nº6... um dos artigos:
- Sílvia Moreira e Pedro Miguel Salvado, «Resultado das Escavações arqueológicas de emergência no Castelo de Castelo Branco (2000)»

Afinal, afinal...

No final de Outubro de 2007, a Casa Comum das Tertúlias organizou no Ambienta Café, em Castelo Branco, uma tertúlia onde apresentámos este número da revista, para tal convidámos o Director da revista e todos os autores de que tínhamos contacto, uns não tiveram oportunidade e outros não quiseram estar presentes (uma Senhora autora até disse que não tinha sido convidada... mas foi!).

E mais outra:
http://www.ipa.min-cultura.pt
(é oficial e no entanto...)
[Ficha do IPA]
Trabalhos
Designação do Sítio: Castelo Branco - Castelo
CNS: 263
Tipo de Trabalho: Salvamento
Ano do Trabalho: 2000
Projecto: Intervenção de emergência no Castelo de Castelo Branco
Estado: Relatório Aprovado
Objectivos: Proceder a uma acção de emergência no local, tentando compreender a situação real de destruição dos estratos arqueológicos; Efectuar o alinhamento da área revolvida e respectivo desenho; Observar e recolher todos os materiais incluídos nos estratos já revolvidos.
Data de Início: 25/05/2000
Data de Fim: 30/08/2000
Resultados: O objectivo principal era investigar a área de construção do depósito, tentando saber mais alguma informação sobre a função daquele local em particular, em relação ao todo do monumento. Numa primeira análise podemos referir que os dados recolhidos, embora circunscritos a uma área de relativa dimensão, apresentam uma importância informativa relevante, uma vez que o expólio exumado e a estrutura pétrea encontrada, pela sua intíma ligação com a cerca da alcáçova militar quinhentista, poderá fomentar uma parte da investigação para futuro. Foi entretanto alertada a Câmara Municipal de Castelo Branco para a necessidade no que concerne a construção do depósito, o mesmo deverá recuar cerca de 3 metros, preservando-se assim a estrutura descoberta e para evitar a destruição de vestígios. A sondagem aberta foi tapada com terra.
Arqueólogos: Sílvia da Conceição Robalo Moreira

Conclusão:
1) Omitir é feio, ainda para mais quando a pessoa em questão é funcionária pública paga pelos nossos impostos;
2) A blogosfera obrigou a autarquia (o Poder) a responder nos jornais... e há sempre alguém disposto a fazer o frete... esta semana como na anterior (o mesmo "filme" com a ponte romana de segura, com a biblioteca municipal de Castelo Branco...);
3) Os vestígios arqueológicos... quando não se consegue tapá-los com panos pretos, nem destruí-los com os celébres "colherins" da arqueologia albicastrense... são SEMPRE do Século XIX, sempre muito comuns, sem nenhuma importância... e há sempre quem certifique com a sua assinatura a destruição que se segue... o comodismo, os recibos verdes, os tachos, as ameaças, a fome, é humano, nós compreendemos!

Abaixo os "intelectuais ranhosos", os "iluminados" e outros como nós...
Abaixo, abaixo, morram, morram...
Os analfabetos ao poder... perdão! Voltemos atentar, lá vai... Mais analfabetos para o poder! 

Desculpem qualquer "coisinha" se não podemos permitir que apaguem a nossa história:

BASTA!

P.S.
Então, Senhor Presidente? Quem é que nos "vendeu" que os vestígios arqueológicos do Largo de S. João eram arqueologia? Afinal, agora é pela boca de V. Ex.ª que se fala em vestígios arqueológicos... terá sido afectado pelo relinchar geológico????

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6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Algo curioso na página do IPA que menciona, está escrito o seguinte:

Arqueólogos: Sílvia da Conceição Robalo Moreira

9:30 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Ela não mentiu, ela omitiu.

9:31 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Afinal isto prova o quê? Que quer fazer passar a ideia que foi ela que escavou e orientou as ditas escavações? Se sim pq é que assinou em conjunto o trabalho.Há aqui uma confusão qualquer. Má fé ou esquecimento? O melhor é perguntar aos responsáveis pelo ex IPA a começar pelos autores do artigo que são pessoas ambas respeitáveis.

1:30 da tarde

 
Blogger Luís Norberto Lourenço said...

Tem razão o segundo comentador anónimo, a senhora não mentiu, só omitiu um facto, aliás, para azar dela relatado na imprensa da época, de que a notícia do "Ensino Magazine" da época é apenas um dos exemplos.
Quando um trabalho é feito por mais do que uma pessoa e uma delas se quer apropriar de todo trabalho... é por isto que há aqui uma manipulação da história.

5:11 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

Independentemente de ter havido ou não omissão, é preciso ter em conta que o ex-IPA atribuía oficialmente a responsabilidade de uma intervenção arqueológica a apenas uma pessoa (e não entidade), tenham ou não sido vários os responsáveis localmente; precisamente para em caso de erros técnicos ao nível arqueológico haja alguém a quem pedir contas, em vez de andarem uns a passar as culpas para os outros.

Yzark

11:40 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Não andará a incitar um conflito -num copo de água -entre a Drª Silvia e o Dr. Salvado? Com que intuito?

6:43 da manhã

 

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