Este é um dos "blogs" da Casa Comum das Tertúlias. Estão todos convidados a enviar textos ou notícias de actividades para o "blog". O nosso "blog" não pretende ser usado para difamar ninguém, nem para fomentar o boato. Para isso, há muitos outros que podem servir esses intentos. Em tempos de Censura, aqui estamos para exterminá-la e dar combate aos novos inquisidores.

terça-feira, novembro 30, 2004

BASTA!


Os milhões de eleitores que elegeram (por duas vezes) Jorge Sampaio, para a Presidência da República, estão desiludidos, os que o combateram, agora, dizem que é isento, imparcial e sensato, quando, até nomear Pedro Santana Lopes (PSL) como Primeiro-Ministro (PM), não se cansavam de recordar a sua militância socialista, temendo as eleições antecipadas, que a realizarem-se, provavelmente perderiam, e que portanto o Presidente da República (PR) iria fazer um favor ao seu partido.
Os apoiantes de Jorge Sampaio não queriam que este favorecesse o seu partido, que este favorecesse a esquerda, queriam, isso sim, a oportunidade de eleitoralmente punir o partido e coligação, com maioria absoluta na Assembleia da República, cujo primeiro-ministro fugiu (depois de, na campanha eleitoral que levaria a direita ao poder e já no Governo acusarem até à exaustão o PS de ter fugido às suas responsabilidades).
Votei em Jorge Sampaio por pensar que era um republicano, um homem de esquerda, um democrata, que punha a legitimidade democrática das decisões à frente da governabilidade, da estabilidade, se é que estas estavam em causa!
Será que um primeiro-ministro não eleito, em democracia, terá toda a autoridade de que necessita para governar, sobretudo não estando o país em fase de transição política?
Como irá continuar a enfrentar toda a contestação que se seguir? Com a polícia de choque? Já que as tentativas de censura (felizmente tão ineptas e boçais que não enganam ninguém) não resultam.
Quantos não lhe irão continuar a lembrar que está num cargo para o qual não foi eleito?
Queixa-se da contestação de que é alvo! Se isso acontece é porque os (eleitores) portugueses não foram tidos nem achados para escolher o seu Primeiro-Ministro e em Democracia devia ter sido sufragado.
Queria PSL que os portugueses, quais ovelhas, seguissem o pastor (PM) alegremente?
O Interior português, em especial, boicotado pelo Governo na sua tentativa de investimento “premiará” a direita no Poder com um verdadeiro descalabro eleitoral. Pelo menos tudo tem feito para merecê-lo.
Hoje, o PR, Jorge Sampaio não é um homem só… antes fosse, está é muito mal acompanhado: os que o elegeram abandonaram-no (e já pouco ou nada esperam dele) e os que o combateram, porque conjunturalmente tomou uma decisão que lhes é favorável elogiam-no.
Os seus apoiantes sinceros, defraudados, abandonam-no, resta-lhe o apoio conjuntural (enquanto, primando pela ausência de uma atitude, continuar a servir a direita), interesseiro e falso dos que o combateram toda a vida.
Contra a opinião do Conselho Estado, resolveu dar uma oportunidade à coligação de direita, a um PM com um passado pouco recomendável (repleto de tarefas inacabadas, de compromissos rompidos), infelizmente, tudo fez para confirmar os receios de quem se opôs à sua nomeação…
Jorge Sampaio alegou apostar na estabilidade (não passa uma semana sem que o próprio governo se mostre à beira da ruptura), disse apostar numa mesma política financeira (radicalmente invertida do Governo Barroso para o Governo Santana Lopes, cada uma pior que a outra e sobre a qual o Ministro das Finanças e o PM não se entendem!)…
Pede-se a um PR que esteja atento e envie sinais quando não concorda com o rumo dum Governo, do País. Se lança avisos e não é ouvido, tem de actuar, se se cala torna-se co-responsável pelas más políticas governativas.
Um Governo mais preocupado com a sua imagem do que em Governar, merece continuar?
Um Governo que é oposição a si próprio merece governar?
Um Governo que quer censurar os seus cidadãos, visto à luz duma constituição democrática, merece governar?
Um Governo com graves intromissões nas eleições regionais e que apoia um líder político (Alberto João Jardim), que no discurso de vitória diz que vai eliminar os seus adversários merece que se lhe dê qualquer crédito?
O Governo quer provocar a sua própria queda? Então, é o golpe de misericórdia que merece.
Que espera Senhor Presidente, que o Governo caia na rua? A breve trecho, terá de lidar com a desobediência civil. Entre esta e novas eleições legislativas escolha!
Demita este Governo e a seguir demita-se, Sr. Presidente.
Antes que o Povo, obviamente, o demita a si.

Luís Norberto Lourenço
(um cidadão e eleitor defraudado, no entanto, atento)

quarta-feira, novembro 24, 2004

A nossa actualidade...

  1. Novamente a questão do ABORTO e novas divisões na maioria (PSD/PP) governamantal: o PSD quer dialogar, quer mudar a lei; o PP, não. Na verdade a posição mais uma vez assumida pelos dois partidos, resume-se em três palavras: hipocrisia (porque se quisessem mudar a lei mudavam, afinal não são poder?) e cobardia (refém dum partido menor) do PSD; e coerência (não concordando com este partido, pelo menos nesta matéria é consequente com o que defende) do PP. Concluindo, tudo terá de ficar como está, para que continue a coligação, por mais que esteja demonstrado que sociais-democratas e populares não se suportam durante muito tempo (como aqueles namorados que só estão felizes separados...).
  2. Porque continuam a assassinar as nossas crianças? Raramente passa uma semana sem que surja uma notícia em Portugal (e noutros países) sobre uma criança abandonada (ainda com vida ou morta): num caixote do lixo, numa qualquer casa-de-banho... Rara a semana em que uma criança é vendida, raptada, violada ou maltratada... Quantos casos de criãnças subnutridas por incúria!? Quantos de nós pensamos que muitos: "pais" e "mães", não deviam poder exercer a paternidade (e maternidade) , quanto mais ter filhos, por manifesta falta de condições: económicas, psicológicas...
  3. A maioria que nos (des)governa: aumento do desemprego, criminalidade (preocupação tão cara aos governos de direita) impune, tráfico de seres humanos (e imigração clandestina), desenvestimento cultural, desorganização do ensino, alcoolismo, insucesso escolar!? Nada disto preocupa o governo português, só o facto de a sua mensagem não passar e por isso necessitar de quem diga que está a trabalhar e de não ser criticado, daí se calar os críticos e de passar a vida a criticar quem o critica.
  4. A questão de Canas de Senhorim: Temos um movimento político (criminoso?) liderado por um incendiário político. Porque não está este senhor preso?
  5. Querem matar a nossa democracia na escola. Uma última questão (inquietante para quem se preocupa com a Cidadania) para reflexão para reflexão: Na passada semana, decorreram eleições para a Associação de Estudantes da escola onde exerço a docência. Sendo um docente preocupado com a promoção da CIDADANIA, resolvi promover o debate (com as minhas cinco turmas) sobre as eleições em geral e sobre aquelas em particular, i. é, falando que perante uma eleição se pode: votar ou não (e quais as implicações dessa escolha), depois, que votando se pode, ainda: votar em branco, votar nulo ou votar numa das listas candidatas (no caso em concreto eram quatro), explicando o que implicava cada opção, a seguir referi que se pode votar pela negativa (na lista menos má ou contra uma lista de quem não se gosta nada) ou pela positiva (votar na melhor) , referi a seguir, que importa estarmos esclarecidos perante uma eleição (o que defende cada lista e se o que defende é viável, sendo que quem as integra as pode concretizar), caso contrário, haver uma lista única ou várias é irrelevante (já que não conhecemos as várias propostas) . A propósito daquelas eleições (numa E. B. 2, 3) em concreto devo contar três factos graves (sobre os quais actuei de imediato): a) os alunos (turmas do 5.º e do 6.º) referiram que foram ameaçados para votarem em algumas listas; b) os mesmos disseram que uma lista oferecia pastilhas a quem votasse nela; c) por último, um dos alunos disse que foi impedido de votar (alguém votara por ele!!! fiquei, literalmente, aturdido), possível porque não pediam o cartão de estudante aos alunos, depois da aula acompanhei o aluno à mesa de voto para que pudesse exercer (o que aconteceu) o direito de votar.

Luís Norberto Lourenço

(Licenciado em História; Professor)

Seia, 24 de Novembro de 2004

terça-feira, novembro 23, 2004

Notícia, sobre a próxima tertúlia, publicada no "Porta da Estrela"


SECÇÃO: Local

Casa Comum das Tertúlias discute Laicismo em Seia

A “Casa Comum das Tertúlias” (CCT) vai organizar em Dezembro, na cidade de Seia, uma tertúlia sobre Laicismo. O encontro está marcado para o dia 6, às 21h30 no Espaço Internet e terá como orador principal Nuno Alexandre Barbosa. Professor de Filosofia no Ensino Secundário, Nuno Barbosa nasceu em Coimbra em 1977.
O encontro em Seia - jovem cidade serrana, pouco populosa, mas bastante rica em equipamentos culturais - trata-se da 114ª iniciativa da Casa Comum das Tertúlias, que regressa à Beira Alta depois dos encontros já realizados em Vila Nova de Paiva, Sátão e Mangualde, no Distrito de Viseu e do Sabugal, no Distrito da Guarda.
O que é o Laicismo? Quais as origens dos ideais laicistas? O que é um Estado Laico? Portugal é um Estado Laico, apesar da Concordata? O que é um Estado Teocrático ou Confessional? São algumas das questões que irão ser discutidas no encontro.
A CCT refere que «muitos confundem Laicismo com ateísmo, agnosticismo, secularização e anti-clericalismo. Nada mais errado!». Sublinha que «a defesa do Estado Laico tem como base a Liberdade e a Tolerância religiosa, assim como, a igualdade entre as várias religiões, a separação entre estas e o Estado, o facto de não haver, imperativamente, uma religião oficial, mesmo que uma delas seja largamente maioritária».
Asim sendo, a liberdade religiosa, a tolerância e o laicismo irão estar em cima da mesa nesta tertúlia. Assim como, o ensino da religião nas escolas públicas.
A Casa Comum das Tertúlias, com sede em Penamacor, é um espaço democrático, plural, de cidadania, de reflexão e intervenção: cultural, social e política, a semear Cultura desde 5 de Outubro de 2001, em: Castelo Branco, Cidade Rodrigo, Mangualde, Marvão, Nisa, Penamacor, Portalegre, Porto, Proença-a-Nova, Sátão, Vila Nova de Paiva, Vila Velha de Ródão e Seia.

"Porta da Estrela" (Seia), 20/11/2004

segunda-feira, novembro 22, 2004

"Tertúlia": EDUCAÇÃO, CULTURA, LITERATURA E MÚSICA DA LUSOFONIA (texto de divulgação duma iniciativa já realizada)

"Tertúlia" (antes da CCT, eram tempos de "Tertúlia")
EDUCAÇÃO, CULTURA,
LITERATURA E MÚSICA DA LUSOFONIA
com a presença de
Professor Doutor Pires Laranjeira(Prof. Catedrático da Universidade de Coimbra)
Dr. Cláudio Mello(doutorando em Literatura Africana, Brasileira e Portuguesa pela Univ. de Assis)
Dr.ª Angela Hidalgo (doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Londrina)
Prof. Marco Tureta (professor, músico e compositor do Ballet de Londrina)
com lançamento do CD “Cadeia Alimentar” de Marco Tureta
no Auditório da Escola Superior de Educaçãode Castelo Branco
8 de Novembro de 2003
(sábado)
21h 30m

Esta é a 60.ª iniciativa da “Tertúlia”.

Na anterior, data em que assinalamos dois anos de tertúlias, fizemos a APRESENTAÇÃO DO MAGAZINE ARTES, n.º 11 (OUTUBRO/2003), com a presença do seu Director PEDRO TEIXEIRA NEVES, no Atelier do Grupo Evasão, em Castelo Branco, a 5 Outubro de 2003, pelas 16h.A próxima tertúlia, que se realizará, mais uma vez (a 3.ª), no Auditório da ESE de Castelo Branco, no dia 8 de Novembro de 2003, pelas 21h 30m, versará sobre o tema EDUCAÇÃO, CULTURA, LITERATURA E MÚSICA DA LUSOFONIA, com a presença do Professor Doutor Pires Laranjeira, do Dr. Cláudio Mello, da Dr.ª Angela Hidalgo e do Prof. Marco Tureta.Pires Laranjeira, professor catedrático da Universidade de Coimbra, é um dos maiores especialistas em Literatura Africana em Portugal, colabora com o Jornal de Letras, abordando a temática da Literatura Africana, organizou o "Congresso Internacional de Literaturas Africanas Cinco Povos, Cinco Nações", em Outubro, em Coimbra e esteve no último "Raia Sem Fronteiras" em Castelo Branco. Cláudio Mello, brasileiro, doutorando em Literatura Africana, Brasileira e Portuguesa pela Universidade de Assis.Angela Hidalgo, brasileira, doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Londrina.Marco Tureta, brasileiro, é graduado em Música pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Paraná \ Brasil, é músico instrumentista (guitarra~eléctrica), compositor, arranjador, professor e produtor fonográfico do Ballet de Londrina, autor de 5 CDs, sendo que o último, “Cadeia Alimentar”, será lançado na tertúlia. Trabalha também com criação, gravação e edição de trilhas e sonoplastias para dança, teatro, cd-rom e Internet. Ministra cursos livres de guitarra (elétrica), guitarra (violão), harmonia, edição de áudio digital, teoria musical e preparação para o vestibular de Música da UEL. Actua como conselheiro suplente da Área de Música do Conselho Municipal de Cultura de Londrina. Vem desenvolvendo projetos culturais em parceria com a Secretaria de Cultura de Londrina e a Funcart (Fundação Cultura Artística de Londrina) desde o ano 2000, sendo atualmente empreendedor do Projeto Cadeia Alimentar. Está em Portugal a convite da Coimbra – Capital Nacional da Cultura 2003, no âmbito do Congresso Internacional de Literaturas Africanas Cinco Povos, Cinco Nações. Apresentou-se no dia 09 de outubro no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), onde tocou a peça Povos e Nações, encomendada pelo referido congresso.Compõe para a cia. profissional de dança contemporânea Ballet de Londrina desde 1999, tendo criado 06 trilhas sonoras para a cia. e lançado 04 cd´s.Entre 1998 e 2003 compôs, gravou e editou áudio/sonoplastia de 12 peças de teatro, 06 espetáculos de dança, 03 filmes curta-metragens, 02 cd-roms e 06 cd´s com trilhas sonoras originais.É diretor técnico de áudio do Festival de Dança de Londrina.Participou da 1ª Mostra Londrina de Cinema Super 8, realizado pelo Núcleo de Cinema & Vídeo de Londrina e promovido pela Secretaria Municipal de Cultura - 1998.Durante nove anos foi integrante da banda de rock Convulsão, atuando como guitarrista, vocalista e compositor. Participou também do projeto Anestesia (música instrumental), duo de guitarras com Wander Lourenço (composições próprias), grupo Órion (rock progressivo), Trio de Violões (música erudita), banda Karadráz (rock/música brasileira) e banda Coiotes Valvulados (blues progressivo). Na tertúlia será possível adquirir livros de autores lusófonos (africanos de expressão portuguesa e brasileiros).
A "Tertúlia" é um espaço democrático de reflexão e intervenção: cultural, social e político.
A “Tertúlia” reúne quinzenalmente, às sextas-feiras, desde 5 de Outubro de 2001, em Castelo Branco.

ORGANIZAÇÃO
"Tertúlia"/Luís Norberto Lourenço
E-mail: luis.lourenco@portugalmail.pt
E-mail: casa_comum_tertulias@portugalmail.pt

Ver sobre esta iniciativa:
http://www.marcotureta.com.br/imprensa/diarioXXi_07-11-03.htm
http://www.marcotureta.com.br/imprensa/diarioXXi_05-11-03.htm
http://www.educare.pt

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terça-feira, novembro 16, 2004

O mundo das Ciências Documentais...

O mundo das Ciências Documentais (ou das Ciências da Informação e da Documentação) precisa de iniciativas de qualidade, assim, visitem uma das que orgulha quem se "mexe" nesta área do saber:
http://ratodebiblioteca.blogspot.com

Duas propostas, simples e muito concretas:
  1. Um horário de abertura alargada (à noite, ao fim-de-semana e à hora de almoço) dos vários centros de informação e de documentação, chamem-se eles: arquivos, bibliotecas, bedetecas, hemerotecas, vidiotecas, fonotecas, centros de documentação, centros culturais, livrarias,
  2. A reedição de muitas obras esgotadas e que são fundamentais em várias áreas do saber, assim como, a tradução de muitas outras obras fundamentais, por exemplo, para as Ciências Documentais, numa área muito carenciada de títulos em Língua Portuguesa.

Luís Norberto Lourenço
(A frequentar a Pós-graduação em Ciências da Informação e da Documentação)

A Casa Comum das Tertúlias no "Porta da Estrela"

SECÇÃO: Cultura

Casa Comum das Tertúlias em Seia

A “Casa Comum das Tertúlias”, de Penamacor, vai abrir novas frentes culturais. A primeira vai ser em Seia, em Dezembro, não se conhecendo ainda mais dados sobre as iniciativas nesta cidade serrana.
A Casa Comum das Tertúlias (CCT) nasceu – em 2004 – da união da “Tertúlia” com a “Tertúlia Itinerante”, ambas organizadas pelo albicastrense Luís Norberto Lourenço. A primeira, activa em Castelo Branco desde Outubro de 2001, reunia quinzenalmente e a segunda (em Outubro de 2002), surgiu para dar resposta a vários desafios e aproveitando a itinerância que a vida de docente impunha ao seu organizador, por isso, sem periodicidade nem sede definida, agindo culturalmente em: Portalegre, Nisa, Penamacor, Vila Nova de Paiva, Marvão, Sátão, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Cidade Rodrigo, Mangualde, Porto, Proença-a-Nova e em Dezembro na cidade de Seia, sem nunca abandonar o projecto de Tertúlia em Castelo Branco.
Em 2003, Luís Lourenço adquiriu uma casa em Penamacor e, tendo arranjado uma sede fixa, decidiu juntar as duas Tertúlias, e chamou à sede Casa Comum das Tertúlias.
A Casa Comum das Tertúlias é um espaço democrático, plural, de cidadania, de reflexão e intervenção: cultural, social e política, dando primazia à divulgação, promoção e dinamização da Cultura e à criação cultural e pugnando por uma cidadania plena.
Entre as actividades realizadas destaca-se a apresentação de livros, revistas e fanzines, a organização de tertúlias, de exposições (cerâmica, desenho, escultura, fotografia, pintura...), declamação e distribuição de poesia, concertos de música...
A CCT (e as tertúlias que a originaram), nas suas 102 iniciativas, já se reuniu em mais de 30 espaços diferentes, em várias localidades, juntando mais de 200 pessoas diferentes, participando, nas tertúlias, pessoas de todas as idades, homens e mulheres, com as mais variadas profissões, interesses, habilitações literárias e opções politico-partidárias.
Apesar da aquisição da casa onde terá a sua sede, onde obviamente decorrerão a maior das iniciativas, não significa que a CCT deixe de intervir, onde e quando achar necessário. O “formato” de tertúlia como forma de intervenção e reflexão, de cidadãos para cidadãos, não tem a preocupação da “falta de tempo”, sempre presente quer em debates televisivos ou radiofónicos.

segunda-feira, novembro 15, 2004

A Política Educativa do Governo: Concurso de Professores de 2004/2005

“Tenho esperança que, dentro de duas semanas, 95 a 96% dos professores estarão mesmo colocados. (…) Quando se coloca um professor, atrás dele vai quase sempre um filho e uma família, o jardim-escola e o emprego da esposa [ou marido!] ”
Paulo Neta, Coordenador-adjunto do Centro de Área Educativa (CAE) de Aveiro, que reconheceu a existência de problemas graves na abertura do ano escolar
(caderno Local, “Público”, 14/9/2009)

Escrevo um dia depois de, mais uma vez, um prazo não ter sido cumprido, “apenas” mais uma tragédia neste interminável romance do Concurso de Professores deste ano…
Pretendo focar neste artigo alguns aspectos respeitantes aos concursos e outros da prática governativa na área da Educação.
1. As duas listas de Ordenação Definitiva do Concurso Docente e a má fé inerente à existência das mesmas. A má fé é crime ou estou enganado?
2. A falta de transparência na colocação dos professores que irão substituir colegas, isto é, das substituições, sendo que este ano os professores que são candidatos às substituições serão apenas contactados telefonicamente (como se prova que se fez esse contacto?) e não como acontecia até 2002 (ano em que tomou posse o Governo PSD/PP), no tempo do Governo PS, em que os contactos, mesmo que inicialmente telefónicos, quando não se conseguia contactar um docente (o 1.º na lista, como não colocado, para o grupo docente em causa) era enviado um telegrama e esperava-se três dias por uma resposta e só depois se contactava o docente que na lista constava a seguir.
3. Os manuais escolares: o aumento incomportável dos preços e a subversão da lei… Uma negociata! Depois de dois anos sem aumentos (sejam reais ou nominais) salariais para a maioria dos portugueses, assistimos ao aumento incomportável para as carteiras dos portugueses! Defendeu este Governo, como acontecia nos últimos anos, que os manuais escolares se mantivessem por um período de dois, três ou quatro anos (a extrema-direita deste Governo até defendia o Manual Único, como no tempo do Estado Novo!), isso acontece em teoria, visto que as editoras de manuais escolares praticam um jogo desonesto (e que não é punido, nem fiscalizado…), ou seja, os manuais mantém-se durante esse período, mas todos os anos publicam versões novas (mudando os conteúdos, textos, imagens…), forçando os encarregados de educação a comprar as últimas versões (necessariamente mais caras), para acompanharem devidamente as aulas e para não serem os alunos prejudicados no seu estudo.
4. O desrespeito pelos professores: a publicação duma lista pejada de erros, tanto no caso da primeira, como no da segunda lista provisória! Não falo dos erros em si, graves e que deveriam ser reparados cabalmente, refiro-me ao facto do Ministério achar “perfeitamente normal” dezenas de milhares professores (mais de 90% dos docentes a concurso) terem sido excluídos (quando os números, esses sim normais e habituais eram, de um milhar e meio todos os anos, duplicando no último ano, já com este Governo, sendo este ano o descalabro) e se terem enganado a preencher os boletins! Se estes docentes são assim tão incapazes (alguns deles a concorrer há mais de 20 anos), que irresponsabilidade a do Ministério ao permitir que venham, estes docentes, a ensinar “os homens e as mulheres de amanhã”!
5. O 16 de Setembro de 2004: a data mítica de abertura do ano escolar… Basta a citação acima referida não são necessárias mais palavras!
6. O destacamento por condições específicas, na sua alínea c) apresenta-se mal redigido, isto é, em vez de falar em “pessoas doentes sobre a qual se tem responsabilidade” (caso em que, por exemplo, um familiar que reside num lar está sob a responsabilidade de outra pessoa sem que esteja a cargo da mesma), se se referisse “pessoas doentes a cargo do docente”… assim, tornou-se um convite óbvio ao aproveitamento da lei, para subvertê-la.
7. O Ministério faltou à verdade: sobre “o sucesso” dum processo extremamente moroso, pejado de erros (nunca verdadeiramente assumidos), com falta de transparência, prazos constantemente ultrapassados, duas listas provisórias em vez duma, devido à enormidade dos erros, duas versões de listas definitivas…
8. Os residuais: o Ministério da Educação continua a falar em necessidades residuais, quando fala dos docentes contratados! Se estivessem em causa dezenas ou algumas centenas de docentes, face aos mais de 110 mil, enfim, a terminologia não chocaria, mas estão em causa muitos milhares de docentes (e refiro-me apenas aos que serão colocados face às vagas, não de todos os que concorrem!).
Pede-se a um qualquer Governo que faça melhor que o anterior, pede-se que quando mude, seja o que for, mude para melhor e que não altere o que está bem, ou a alterar tenda a aperfeiçoar o que esteja menos bem, acabando ou minorando os aspectos que ainda corram mal.
Se havia (e há) na Educação em Portugal, aspectos a alterar, o processo dos concursos de professores (de Pessoal Docente) era um deles, mas apesar de tudo, era um processo que corria bem, todos os anos, até aos últimos dois, havia um número de erros pontuais, que por serem, isso mesmo, pontuais, não eram muito graves sendo com alguma facilidade resolvidos, mas a excepção tornou-se este ano na regra.
Educadores e professores, funcionários, pais e alunos, cidadãos, podem aceitar erros, não podem aceitar, quando os erros são tão gritantes que quem os cometeu fale em sucesso e se ria cínica e prepotentemente de quem o critica.

Luís Norberto Fidalgo da Silva Trindade Lourenço

Professor

Penamacor, 14 de Setembro de 2004

Tertúlia sobre Laicismo (programa completo)

Casa Comum das Tertúlias
Tertúlia sobre Laicismo

com o Nuno Alexandre Barbosa
(Licenciado em Filosofia; Professor de Filosofia no Ensino Secundário)

Espaço Internet de Seia
6 de Dezembro de 2004
21h 30m
Nuno Alexandre Barbosa nasceu em Coimbra em 1977, é licenciado em Filosofia, professor de Filosofia do Ensino Secundário.
John Locke (filósofo inglês do séc. XVII) advoga a tolerância e é adversário de todo o dogmatismo intransigente.
Na Carta sobre a Tolerância (1666), Locke afirma:
"O Estado é o domínio da justiça; os príncipes e os magistrados civis têm por missão fazê-la reinar e preservá-la; não têm que intervir na vida religiosa. (…) A Igreja é uma sociedade livre na qual se entra voluntariamente; por conseguinte, nenhum homem devia ser submetido despoticamente a uma igreja particular. (…) Muitas vezes é útil que haja um chefe numa Igreja; mas são os membros dessa Igreja que devem elegê-lo. (…) A liberdade religiosa é primeiramente liberdade das formas exteriores de culto; cada Igreja pode usar das suas próprias formas; mas não pode obrigar um dos seus membros a submeter-se a práticas que recusaria; cada um pode pois recusar-se a assistir ao culto. A liberdade de professar doutrinas particulares é igualmente ampla, e o magistrado civil não tem que se inteirar delas. (…) Não basta chamar a uma Igreja ou a um homem heréticos para se ter o direito de os obrigar pela força. Há mais de uma estrada para ir ao céu, cada um pode escolher a sua desde que respeite a paz pública. (…) Há seguramente outras religiões para além do cristianismo; são-lhes aplicáveis as mesmas regras; não há religião de Estado" e Locke denúncia as religiões que dependem, directa ou indirectamente, do magistrado público.
A 114.ª iniciativa da Casa Comum das Tertúlias (CCT).
O regresso à Beira Alta. Depois de Vila Nova de Paiva, Sátão e Mangualde, no Distrito de Viseu e do Sabugal, no Distrito da Guarda, “atacamos” em Seia, jovem cidade serrana, pouco populosa, mas bastante rica em equipamentos culturais.
O que é o Laicismo? Quais as origens dos ideais laicistas? O que é um Estado Laico? Portugal é um Estado Laico… apesar da Concordata? O que é um Estado Teocrático ou Confessional?
Muitos confundem Laicismo com: Ateísmo, Agnosticismo, secularização e anti-clericalismo. Nada mais errado!
A defesa do Estado Laico tem como base: a Liberdade e a Tolerância religiosa, assim como, a igualdade entre as várias religiões, a separação entre estas e o Estado, o facto de não haver, imperativamente, uma religião oficial, mesmo que uma delas seja largamente maioritária.
A liberdade religiosa, a tolerância e o laicismo irão estar em cima da mesa nesta tertúlia. Assim como, o ensino da religião nas escolas públicas. A Casa Comum das Tertúlias, com sede em Penamacor, é um espaço democrático, plural, de Cidadania, de reflexão e intervenção: cultural, social e política, a semear Cultura desde 5 de Outubro de 2001, em: Castelo Branco, Cidade Rodrigo, Mangualde, Marvão, Nisa, Penamacor, Portalegre, Porto, Proença-a-Nova, Sátão, V. N. de Paiva, V. V. de Ródão, Seia…
Organização
Casa Comum das Tertúlias / Luís Norberto Lourenço
Lg. D.ª Bárbara Tavares da Silva, n.º 11, 6090-509 Penamacor

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sexta-feira, novembro 12, 2004

Poemas de Jall Sinth Hussein

Fiquei muito emocionada com a primeira edição de poemas de Jall Hussein, com a chancela da novel «Amores Perfeitos», de Vila Nova de Famalicão. O seu «Poemas do Índico» são uma obra de grande simplicidade, contendo, no entanto, a profundidade lírica da tradição oriental, tão arredada do nosso meio. O poeta Jall Hussein usa da técnica do haiku, com a sua severa pauta silábica, 5-7-5, sendo as redondilhas (maior e menor) uma forma de síntese que produz um impacte poético muito expressivo. Essa provocativa forma de síntese já tinha sido referida por autores do novo-mundo, que ousaram imitar os poetas orientalistas: Juan José Tablada, Mario Benedetti e até Octavio Paz. Parece que ninguém duvida de que o mais importante poeta, na senda dos haikus, é Matsuo Bashô (Bashoo), mas muitos outros (japoneses, chineses, turcos, indianos e muçulmanos) cultivaram essa forma epigramática.
Conhecíamos já a obra de Suffit Akenat, editada por uma editora brasileira, a «Landy», e agora o conhecimento mais completo de outro autor moderno do domínio muçulmano, que entronca em culturas várias (a europeia, a indiana, a moçambicana, a islâmica), traz-nos visão mais alargada da cultura poética semi-oriental, algo que tem escapado aos nossos críticos, mesmo os mais atentos, provavelmente com o olhar dirigido para aquilo que se produz no extremo oriente: refiro-me a Jorge Sousa Lopes e Gil de Carvalho, por exemplo, que têm feito um excelente trabalho na divulgação de autores de outras latitudes, muito embora não possam resgatar todos os nomes.
Jall Sinth Hussein parece-me um autor a descobrir, sob pena de deixarmos escapar, mesmo debaixo dos nossos olhos, uma pauta lírica de micro-poemas onde transparece o sentimento de perda provocado pela orfandade e pela fugacidade do tempo, o amor pelos que sofrem, a revolta contra os que fustigam a liberdade, um ideário marxista algo contido, um espiritualismo universalista, o panteísmo próximo do espírito budista, uma épica contida na alegria da vida, uma retórica de ensinamentos ao estilo da máxima e do provérbio e um discurso altamente vigiado. Discurso que se aproxima da poesia anónima, muito chegada à lírica tradicional e não autoral.
Como professora de línguas modernas, esta obra de que agora dispomos é outra pérola que não poderemos manter no limbo. Julgo que o prefácio do livro nos cede importantes notas para a compreensão do autor, embora me pareça que António Jacinto Pascoal não se sente perfeitamente à vontade perante a dimensão avassaladora desta lírica cifrada. Deixo-vos com um dos belos haikus que Jall Sinth Hussein produziu, e onde se distingue o pressuposto ideológico e proverbial do seu texto:

Sê como o morcego
vira o mundo ao contrário
não queiras ser cego

Uma palavra para a «Amores Perfeitos»: trilhem este caminho, não o percam de vista.

Fátima Kadijah
Professora

Casa Comum das Tertúlias: Exposição de Pintura "Rituais" de Sónia Honório

Casa Comum das Tertúlias

Exposição de Pintura
“Rituais”
de Sónia Honório

na Casa Comum das Tertúlias
em Penamacor
de 21 de Novembro a 19 de Dezembro de 2004

Horário: sábado (da 21h às 24h) e domingo (das 15h às 19h e 21h às 24h)

Inauguração da exposição: 21 de Novembro, 15h, com a presença da pintora

A 113.ª iniciativa da Casa Comum das Tertúlias (CCT).
Sónia Catarina Bernardes Honório Teixeira e Castro, nasceu em 1975 em Alhos Vedros, licenciou-se em Artes Plásticas (vertente Pintura) pela ARCA – E.T.A.C. Coimbra; é Professora de Educação Visual, Desenho e Geometria Descritiva.
Fez o arranjo gráfico e ilustração: do livro infantil “Um Sonho Feliz…” de Luís Novo (Porto) e do livro de poesia “Bingo!” de Cláudio Portella (Brasil).
Desde 2001 que está encarregue da concepção gráfica da revista literária Palavra em Mutação (a qual ganhou o prémio Cecília Meireles da União Brasileira de Escritores pelo aspecto gráfico e conteúdo), assim como trata do arranjo gráfico dos livros editados pela editora Palavra em Mutação.
Colaboradora das Galerias, de Coimbra: O. M. entre 1997/99 e Santa Clara, 2001.
Coordenadora da exposição “Adriano Presente”, V. N. Gaia.
Colaboradora (fotografia) do T.A.G.V. – Coimbra, 1999/2000.
Exposições:
· Exp. “Rituais”,de 16 a 31 de Julho, Casa Municipal da Cultura de Fafe (2004);
· Exp. “Artigos Reunidos”, Dezembro/Janeiro, Pinguim café, Porto (2002/03);
· Exp. “Os dias não são diferentes das noites”, Dezembro, IPJ Porto (2001);
· Evento “sentidos grátis 3.0”, Madrid (2000); Evento “sentidos grátis 3.0”, Porto (2000);
· Exp. Fotografia “TAGVida”, Coimbra (2000);
· Exp. Fotografia/Instalação “Avenida-Basement” (ETRA: outra arte), Coimbra (2000);
· Exp./Inst. “How to explain”, O.M. Galeria, Coimbra (1998);
· Exp. Desenhos “colectânea c/ sexos”, Hotel D. Luís, Coimbra (1998);
· Exp. Fotografia/serigrafia “Ou Vir a Coimbra”, C. Cultural D. Dinis, Coimbra (1997);
· Exp. Instalação Colectivo “etra: outra arte”, galeria da C. M. Ílhavo (1997);
· Exp. Fotografia “Silêncios”, Casa da Madeira, Coimbra (1996);
· Exp. Pintura “café Sjoelbak”, Coimbra (1996);
A sede da CCT, inaugurada em 15 de Agosto de 2004, disponibiliza, aos tertulianos: uma Galeria com exposições mensais e uma Sala de Leitura, onde se podem ler: revistas, boletins municipais, jornais, livros, agendas culturais, catálogos de livrarias, enquanto se aprecia música, confortavelmente sentado.
A Casa Comum das Tertúlias, com sede em Penamacor, é um espaço democrático, plural, de Cidadania, de reflexão e intervenção: cultural, social e política, a semear Cultura desde 5 de Outubro de 2001, em: Castelo Branco, Cidade Rodrigo, Mangualde, Marvão, Nisa, Penamacor, Portalegre, Porto, Proença-a-Nova, Sátão, V. N. de Paiva, V. V. de Ródão, Seia…
Luís Norberto Lourenço

Organização
Casa Comum das Tertúlias / Luís Norberto Lourenço
Lg. D.ª Bárbara Tavares da Silva, n.º 11, 6090-509 Penamacor

quinta-feira, novembro 11, 2004

Tertúlia sobre Laicismo

Tertúlia sobre Laicismo
com Nuno Alexandre Barbosa
(Licenciado em Filosofia;
Professor de Filosofia da Escola Secundária de Seia)
em Seia
no Espaço Internet
a 6 de Dezembro de 2004
pelas 21h 30m

  • O Estado Laico
  • O Laicismo
  • A Secularização
  • O Anti-clericalismo
  • O Agnosticismo
  • O Ateismo
  • O Estado Teocrático
  • A Tolerância
  • A Liberdade Religiosa

ENTRADA LIVRE

113.ª actividade da CCT.
1.ª em Seia.

Luís Norberto Lourenço
(Fundador, organizador e proprietário da Casa Comum das Tertúlias)

Seia, 11 de Novembro de 2004

Organização
Casa Comum das Tertúlias / Luís Norberto Lourenço
Lg. D.ª Bárbara Tavares da Silva, n.º 11, 6090-509 Penamacor 
casa_comum_tertulias@portugalmail.pt
luis.lourenco@portugalmail.pt
http://casacomumdastertulias5out2001.planetaclix.pt
http://cctertulias.blogs.sapo.pt
http://casacomumdastertulias.blogspot.com
http://republicalaica.blogspot.com

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AINDA O ENCERRAMENTO DAS MATERNIDADES NO INTERIOR: A POSIÇÃO DO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS

Vem o Bastonário da Ordem dos Médicos, o Dr. Germano de Sousa (ver “Diário XXI”, 20/9/2004) juntar a sua voz, àquelas como a do Presidente da Comissão Nacional de Saúde Materno e Infantil (CNSMI), o Dr. Albino Aroso, que defendem o encerramento de oito das treze maternidades (por terem um n.º de partos iguais ou inferiores a dois por dia) existentes na Região Centro: Castelo Branco, Covilhã, Guarda (todas as da Beira Interior), Bragança, Mirandela (as únicas duas do Distrito de Bragança), Chaves, Lamego e Figueira da Foz. Destas só uma não fica no Interior.
E a concretizar-se esse cenário, nos distritos de: Castelo Branco, Guarda e Bragança, isto é, todo o Interior ao Norte do Tejo, não haveria uma única maternidade!!!
O Bastonário, talvez por fazer a declaração (citada por aquele diário) na Covilhã, defendeu que das três da Beira Interior se devia manter a da Covilhã, por aí existir um hospital universitário, da Faculdade de Medicina (a cuja criação, convém lembrar, se opôs a Ordem dos Médicos!) da UBI, devendo concentrar aí meios e serviços. Quando, para suprir a carência de médicos e enfermeiros, nomeadamente, algumas unidades de saúde do Interior (sobretudos em áreas rurais, desertificadas e mais isoladas, principalmente na Raia) começaram a aceitar e recrutar médicos e enfermeiros estrangeiros (na maioria espanhóis), a “voz corporativa” da Ordem dos Médicos fez-se ouvir contra essa situação, sem que apontasse alternativas, porque em simultâneo opunha-se a que aumentassem as vagas para Medicina, tal como se opôs à criação das novas faculdades de Medicina (entre elas a da Covilhã) e ainda se manifestava contra a ida de médicos (“contra a sua vontade”, já que não vão doutra forma) para unidades de saúde fora de Lisboa, Porto ou Coimbra. Ou seja, a Ordem dos Médicos vê o exercício da Medicina como um negócio exclusivo – como se dum Clube se tratasse – sendo que, quanto menos médicos existirem melhor, mais os doentes estão dependentes, mais ganham os médicos que existem e mais poder e influência politica cada um dos médicos exerce!
Algumas perguntas/reflexões, bem simples, directas, concretas e frontais, para o Sr. Bastonário ter em conta:
Os médicos Quando o Sr. Bastonário diz que não se podem manter hospitais sem meios nem pessoal e que se devem concentrar os meios e o pessoal, conhecerá a realidade de que fala? Quantos médicos existem em Portugal? Quantos por cada especialidade? Quantos finalistas em Medicina estão inscritos este ano? Quantos médicos estão a fazer internato? Quantos se encontram à beira (a um e dois anos) da reforma? Quantos médicos existem em Portugal, por hospital, centro de saúde e clínica? Quantos exercem noutro local? Quantos trabalham para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)? Quantos exercem no privado? Quantos exercem medicina em exclusivo para o Estado? Quais são as maiores carências de pessoal médico, por hospital e centro de saúde? Por distrito e por concelho: quais são as doenças (e outros cuidados de saúde) que apresentam índices mais elevados. Qual é o número de médicos (por especialidade) por distrito e concelho? Os enfermeiros Quantos enfermeiros existem no território nacional, por distrito e por concelho? Desconfio que o Sr. Bastonário terá alguma dificuldade em me responder, visto que neste país, normalmente, ou não há números, ou quando há são deturpados (como os do desemprego).
Mesmo a análise dos mesmos não é a mais correcta! Estou a pensar também no caso da Educação, assunto a que voltarei brevemente. Para a defesa dum país sem assimetrias, harmonioso e equilibrado, à questão: Há profissionais e meios a mais num lado e a menos noutro?
A resposta não deve ser despedir os profissionais que estão a mais, nem fechar os serviços que com escassez dos mesmos e sim redistribuir esses profissionais, em excesso num lado e de que há carência noutro.
Esta é a resposta progressista e contra o país assimétrico.

A questão Público/Privado
Enquanto não existir uma cobertura pública total, ao nível da Educação (do pré- escolar ao 12.º ano e Ensino Superior) e da Saúde (para cumprir uma “coisa” chamada Constituição da República), não deviam abrir, em nome da transparência e do livre acesso de todos os cidadãos (chamam a isto: Igualdade) aos cuidados de saúde e à educação, mais escolas privadas nem mais hospitais privados (nem privatizar os públicos que existem). Assim como, quem advoga o encerramento dalguns cursos, tendo poder para o fazer, devia encerrar, primeiro os que existem no privado, e se, ainda assim, a oferta for excessiva se devem fechar cursos no público. Tal como, enquanto cidadão dum país democrático – país que devia lutar pela Igualdade – não posso aceitar que exista uma clínica privada a servir uma população, em exclusivo, porque o Estado, fechando serviços públicos, favoreceu os privados, condicionando o acesso aos cuidados de saúde da população carenciada (é a Liberdade de morrer?). Uma vez que, se não houvesse procura e tendo em conta que os privados procuram o lucro, estes não tinham aberto as portas!
Ou sou eu que estou a ver mal?

As ambulâncias
Que país este em que a maior parte das ambulâncias em vez de estarem ao serviço para prestar auxílio em casos de emergência, servem de meio de transporte para os muitos idosos e carenciados, que por não terem outros meios para se movimentar (e pagar táxis com reformas de miséria está fora de causa) a eles recorrem? É correcto que, num quartel de Bombeiros, de seis ambulâncias, muitas vezes, cinco delas estejam a servir, apenas, como meio de transporte de pessoas para idas a consultas? Quantas das saídas das ambulâncias são para prestar este serviço? Situação inexistente se houvesse serviços, com mais meios e médicos para os resolver. Se a morte é uma certeza (dizem que a única) quando se nasce, cabe-nos a todos adiá-la o mais possível, vivendo com a melhor saúde possível e combater as doenças, ou então não precisávamos de médicos (de enfermeiros…) e deixávamos os doentes morrer sem cuidados! Será uma opção?

Luís Norberto Fidalgo da Silva Trindade Lourenço

Penamacor, 22 de Setembro de 2004

Nota:
Publicado (parcialmente) no "Diário XXI", em 28 de Setembro de 2004, (integralmente) no "Povo da Beira", em 28 de Setembro de 2004) e no blog: http://cctertulias.blos.sapo.pt

Ver:
http://cctertulias.blogs.sapo.pt
www.diarioxxi.com
www.reconquista.pt (ver um primeiro artigo sobre este assunto)
www.gazetadointerior.pt
www.jornaldofundao.pt
www.jornaldocentro.pt

quarta-feira, novembro 10, 2004

A Casa Comum das Tertúlias dá mais um passo no trilho da promoção cultural

Pode ler na CCT a revista “La Tertulia”

A revista “La Tertulia”, encontra-se na nossa sede para leitura e consulta local.
Trata-se do n.º 0, datado de Outubro de 2004, da revista (trimestral) da nossa congénere de Salamanca, a “Tertulia Escudos IV”, que há mais de 9 anos se reúne, semanalmente, às terças-feiras, pelas 17h, no café “Escudos IV”, situado na Plaza de La Libertad, em Salamanca.
A tertúlia começou por juntar aficcionados do mundo taurino, que a ele dedicaram muitas tertúlias, hoje, é apenas um dos muitos temas debatidos, com convidados outras não, com tema definido ou não (as chamadas tertúlias livres), com cerca de 20 participantes por tertúlia.
Local de encontro, reflexão e intervenção, onde a liberdade não é mera retórica.
A tertúlia é organizada por Luis Gutiérrez Barrio e Luisa Vaquero, sendo o primeiro o director da revista, moderador das tertúlias e responsável pela página http://escudos.webcindario.com) da tertúlia na Internet.
O editorial da revista é assinado por Joaquín Martín Hernández, passo-lhe a palavra:
“Nuestra tertulia, pretende ser intercambio de ideas y de principios, respetando siempre la LIBERTAD DE EXPRESIÓN, y lo que es muy importante, sabiendo RESPETAR LAS IDEAS de los demás tertulianos. Ese es el eje fundamental de nuestra filosofía tertuliana”.
Recordo a nossa organização conjunta de duas tertúlias em Abril: uma em Cidade Rodrigo e outra em Castelo Branco (pelo aniversário do 25 Abril).


Peça o seu cartão de leitor...

Em breve será possível levar livros (e outras publicações) emprestados da nossa biblioteca/hemeroteca.
Possuindo o cartão leitor poderá requisitar (gratuitamente) um livro por semana, renovável por mais uma, mediante o pagamento (definitivo) de 5€ pelo cartão (vitalício).
Obviamente, qualquer um poder consultar e ler (presencialmente) as publicações disponíveis na sede da CCT, sem pagar nada (a não ser que queira comprar algumas daquelas que estão à venda), os livros (a colecção completa da Etnografia da Beira, de Jaime Lopes Dias...), revistas (Antropológicas, Rodapé, Palavra em Mutação, Magazine Artes, Raia, Periférica, A Batalha, História, República, Utopia...), jornais (vários jornais regionais, Sumário, Ensino Magazine), agendas culturais (Castelo Branco, Penamacor, Idanha-a-Nova...), boletins municipais (Sertã, Penamacor, Vila Velha de Ródão, Montemor-o-Novo, Covilhã...) e fanzines (Cadernos Periféricos...).

Luís Norberto Lourenço
(Fundador, organizador e proprietário da Casa Comum das Tertúlias)

Penamacor, 7 de Novembro de 2004

Organização
Casa Comum das Tertúlias / Luís Norberto Lourenço
Lg. D.ª Bárbara Tavares da Silva, n.º 11, 6090-509 Penamacor 
casa_comum_tertulias@portugalmail.pt
luis.lourenco@portugalmail.pt
http://casacomumdastertulias5out2001.planetaclix.pt
http://cctertulias.blogs.sapo.pt
http://casacomumdastertulias.blogspot.com

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